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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

IRMÃS DE MARIA parte1


Nascimento 1098 em Bermersheim vor der Höhe, Alemanha
Falecimento 17 de setembro de 1179 em Mosteiro de Rupertsberg, Alemanha
Veneração por Igreja Católica
Beatificação Data ignorada. Veneração pública autorizada em 1324 pelo papa João XXII.
Canonização 1584, em canonização administrativa autorizada pelo papa Gregório XIII, sem cerimônia solene.
Principal templo Igreja de Santa Hildegard, Eibingen, Alemanha
Festa litúrgica 17 de setembro

Hildegarda de Bingen
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Santa Hildegarda de Bingen, em alemão Hildegard von Bingen (Bermersheim vor der Höhe, verão de 1098 — Mosteiro de Rupertsberg, 17 de setembro de 1179), foi uma monja beneditina, mística, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga e escritora alemã, e mestra do Mosteiro de Rupertsberg em Bingen am Rhein, na Alemanha.

Personalidade muito citada mas de fato pouco conhecida pelo grande público, rompendo as barreiras dos preconceitos contra as mulheres que existiam em seu tempo, foi respeitada como uma autoridade em assuntos teológicos e louvada por seus contemporâneos em altos termos.

Hoje é considerada uma das figuras mais singulares e importantes do século XII europeu, e suas conquistas têm poucos paralelos mesmo entre os homens mais ilustres e eruditos de sua geração.

Seus vários e extensos escritos mostram que ela possuía uma concepção mística e integrada do universo, ainda que essa concepção não excluísse o realismo e encontrasse no mundo muitos problemas.
A solução para eles, de acordo com suas idéias, devia advir de uma união cooperativa e harmoniosa entre corpo e espírito, entre natureza, vontade humana e graça divina. Mas não tentou inaugurar uma nova corrente de pensamento religioso; sempre permaneceu fiel à ortodoxia do Catolicismo, e combateu as heresias e a corrupção do clero.

Quis acima de tudo desvelar para seus semelhantes os mistérios da religião, do cosmos, do homem e da natureza. Para ela o universo era a resposta para as dúvidas da humanidade, e a humanidade era a resposta para o enigma do universo.

Mas, como ela escreveu, se a humanidade não fizesse a pergunta, o Espírito Santo não poderia respondê-la.

Foi a primeira de uma longa série de mulheres influentes tanto na religião como na política, e um representante típico da aristocracia cultural beneditina. Orgulhosa de pertencer a uma elite social e espiritual, mostrou-se no entanto humilde e submissa a Deus.

Além de mística, teóloga e pregadora, foi poetisa e compositora talentosa, deixando obra de vulto e original. Também fez muitas observações da natureza com uma objetividade científica até então desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais, compilando-as em tratados onde abordou ainda vários temas ligados à medicina e ofereceu métodos de tratamento para várias doenças.

Seus primeiros biógrafos a mencionaram como santa e lhe atribuíram alguns milagres, em vida e após a sua morte, mas jamais foi formalmente canonizada pela Igreja Católica, apenas beatificada. Entretanto, seu nome foi incluído no Martirológio Romano como santa, e seu dia é festejado em muitas dioceses alemãs.

Depois de um longo período de obscuridade, sua vida e obra vêm recebendo atenção crescente desde a segunda metade do século XX; seus escritos começaram a ser traduzidos para várias línguas, muitos livros e ensaios já lhe foram dedicados e foram feitas diversas gravações com sua música.

Biografia

Juventude

Hildegarda de Bingen nasceu em uma família da pequena nobreza de Bermershein, que estava a serviço dos condes de Sponheim, e que produziu diversas personalidades religiosas e culturais, entre elas dois de seus irmãos, Hugo, mestre do coro da Catedral de Mainz e mentor do bispo de Liège, e Roricus, que se tornou cônego da abadia beneditina de Tholey.

O nome da família não foi transmitido com segurança à posteridade, mas é possível que fosse Von Stein, a partir de algumas indicações nos documentos primitivos.

Hildegarda foi a décima filha de Hildebert e Mechtild, e por esse motivo teria sido oferecida como dízimo à Igreja, mas é possível que o fato de ela desde tenra infância experimentar visões, o que, combinado à sua saúde precária, teriam sido os motivos principais para destiná-la à vida religiosa.

Segundo a Vita Sanctae Hildegardis, a mais importante biografia antiga sobre ela, aos três anos de idade ela teve sua primeira experiência clarividente, quando teve a visão de uma luz de brilho deslumbrante que fez sua alma tremer, e nos anos seguintes essas visões se repetiram com frequência.
Hildegarda relatou algumas delas para as pessoas de sua família, mas intimidada com a reação de surpresa e desconfiança que causavam, logo cessou de mencioná-las.

Com oito anos foi confiada aos cuidados de Jutta, filha do conde de Sponheim, e que era a mestra de um pequeno grupo de monjas enclausuradas de um eremitério anexo ao Mosteiro de Disibodenberg, que as supervisionava.

Jutta introduziu Hildegarda no modo de vida dos Beneditinos e deu-lhe as primeiras letras através da leitura das Escrituras, e possivelmente elementos de música.

Em sua época os mosteiros beneditinos eram uma das melhores opções para os membros da aristocracia germânica que desejavam se dedicar à religião, estavam entre os mais importantes centros de cultura da Europa, e podiam prover uma educação esmerada para os filhos da nobreza.
Mas parece que no seu caso, a julgarmos por suas repetidas declarações anos mais tarde, essa educação inicial foi apenas rudimentar.

Suas experiências visionárias continuavam, mas ela mesma ainda não sabia definir sua causa. Dizia que via e ouvia as coisas "em sua alma", chegava a ter sensações táteis e olfativas, e ao mesmo tempo continuava alerta para com o que se passava no mundo físico e em plena posse de suas faculdades mentais e corpóreas, mas também disse que elas a exauriam, a ponto de deixá-la constantemente doente.

Em 1114 fez seus votos definitivos e ingressou na Ordem, mas a reconstituição de sua vida nesse eremitério é muito difícil, não há relatos descritivos salvo breves alusões.

A partir de crônicas deixadas sobre outros estabelecimentos semelhantes de seu tempo, é provável que seu eremitério tenha seguido em linhas gerais, mas com maior pobreza, a rotina dos monges beneditinos que o supervisionava, passando a maior parte do dia em orações ou trabalhos manuais.

O contato com o mundo profano era rigorosamente vedado, e ao que tudo indica não podiam sequer sair para exercitar-se.

Em todos os assuntos devem ter dependido dos monges vizinhos, e não há como saber em que medida Hildegarda se beneficiou da rica vida cultural que os integrantes masculinos da ordem desfrutavam.
Entretanto, mesmo em todos os outros momentos isoladas do mundo, parece garantido que as missas eram assistidas pelas monjas na igreja dos monges, pois não possuíam uma própria, e pelo menos no que diz respeito à vivência musical e ao aprendizado do latim, da retórica sacra e da doutrina católica essa frequência deve ter sido de grande importância para a futura carreira de Hildegarda.

Logo a fama de virtude de sua mestra, que veio a ser santificada, e a dela própria, começaram a atrair outras monjas, o pequeno eremitério, que inicialmente possuía apenas uma porta e uma janela, foi gradualmente ampliado e se tornou quase um mosteiro autônomo, e o rigor de sua clausura parece ter sido suavizado.

É possível que tenha se envolvido então com o cuidado de doentes e gestantes e incrementado suas práticas musicais, e segundo o que disse anos depois, sua saúde melhorou, ela se sentia mais confiante e sua habilidade clarividente se desenvolveu, passando a ser capaz de prever o futuro.

Maturidade

Até a ocasião da morte de Jutta, em 1136, quando foi eleita mestra das monjas de Disibodenberg, as fontes primitivas não dão dados relevantes; ela mesma afirmou em um de seus escritos que sua juventude fora de pouco interesse salvo pelas visões que tinha.
Mas em 1141 teve uma visão que abriu-lhe o entendimento para o significado profundo do texto das Escrituras.

Numa de suas notas autobiográficas, disse:

"E sucedeu no 1141º ano da encarnação de Jesus Cristo, Filho de Deus, quando eu tinha quarenta e dois anos e sete meses, que os céus se abriram e uma luz ofuscante de excepcional fulgor fluiu para dentro de meu cérebro. E então ela incendiou todo o meu coração e peito como uma chama, não queimando, mas aquecendo... e subitamente entendi o significado das exposições dos livros, ou seja, dos Salmos, dos Evangelhos e dos outros livros católicos do Velho e Novo Testamentos".

Ao mesmo tempo uma voz lhe ordenou: "Oh mulher frágil, cinza de cinza e corrupção de corrupção, proclama e escreve o que vês e ouves".

Para que não restassem dúvidas, a ordem lhe foi repetida por três vezes.
Mas não pôde colocar em prática de imediato o mandado divino. Atormentada por receios sobre sua competência para tanto, tendo uma baixa opinião sobre si mesma, e temendo o que os outros iriam dizer dela, entrou em uma crise interior, e acabou por adoecer.

Por incentivo do monge Volmar, que provavelmente deu-lhe uma educação complementar mais sólida e ajudou-a na correção de seu latim ainda precário, transcreveu alguma coisa em segredo, os primeiros esboços de seu Liber scivias Domini, mas somente em 1147, ainda hesitante, procurou Bernardo de Claraval, já famoso, em busca de orientação.
Escreveu-lhe uma carta onde expunha suas dúvidas e receios, e pedia uma confirmação para seu dom, mas a resposta do celebrado religioso foi circunspecta e evasiva.
Não quis assumir a responsabilidade por seus atos, mas encorajou-a a confiar no seu próprio julgamento e através dele atender ao chamado que recebera.
Mas logo passou a apoiá-la mais efetivamente, persuadindo o papa Eugênio III a ler alguns de seus escritos iniciais diante do sínodo reunido em Trier em 1147-1148.

O papa enviou ainda uma comissão de clérigos para verificar a autenticidade do que tinha em mãos como sendo dela. Confirmada sua autoria, o papa enviou-lhe uma carta louvando seu amor a Deus e sua reputação honrada, e sancionou as visões então divulgadas como válidas, o que lhe deu o impulso decisivo para que assumisse publicamente seu dom profético como uma missão evangelizadora e passasse a lançar ao papel resolutamente e em detalhe o que lhe era revelado.

Escrevia em latim, o que de imediato excluía um público popular, e o próprio conteúdo de seus escritos também os direcionava para a elite.

Torna-se mais surpreendente a sua produção quando se lembra que em seu tempo as mulheres em geral tinham pouquíssimo espaço na vida cultural, civil e religiosa, havia sérios preconceitos contra elas a respeito de sua moralidade e capacidades físicas e intelectuais, não se lhes atribuía qualquer autoridade, ao mesmo tempo em que ela própria se sentia pouco qualificada, tendo alegadamente recebido uma educação pobre e que, comparada com a refinada cultura nas artes liberais que muitos monges recebiam, fazia dela, aos olhos de seus contemporâneos, uma semi-analfabeta.

Mas imediatamente depois da aprovação papal, tornou-se uma celebridade em toda Europa.

Na mesma época, por uma ordem recebida em uma visão, deixou Disibodenberg em 1148 junto com outras monjas a fim de revitalizar o antigo Mosteiro de Rupertsberg, então arruinado e localizado numa região erma, onde continuou seu trabalho religioso e assistencial, e seus escritos.

A decisão encontrou a oposição do clero e dos monges de Disibodenberg, e inclusive de suas monjas, mas finalmente em torno de 1150 o prédio estava restaurado e o grupo instalado.

Sua primeira obra, o Liber scivias Domini (Livro do conhecimento dos caminhos do Senhor), foi concluída ali em 1151, contendo uma coleção de relatos sobre suas visões até então.

Esse período inicial em Rupertsberg foi marcado por várias dificuldades, lutando por verbas para o sustento da comunidade e pela regularização de seu estatuto jurídico, e enfrentando a deserção de várias monjas, perdendo inclusive a sua discípula favorita e assistente, Richardis von Stade, que foi indicada superiora de outro mosteiro.

Por outro lado, foi favorecida em seus empreendimentos pelas boas relações de sua família com a nobreza local e com o alto clero, ela mesma já era famosa e se correspondia com várias personalidades importantes, e ganhou a amizade e a proteção de Frederico II, até que as diferenças dele com o papa fizeram essa amizade esfriar.

Também dessa fase datam suas primeiras composições musicais e poéticas conhecidas, bem como suas primeiras observações científicas da natureza e textos médicos.

A partir de 1158 iniciou sua próxima obra importante, o Liber vitae meritorum (Livro dos méritos da vida), onde examinou os vícios e as virtudes da vida humana, mas ao longo de quase todo o período em que o escreveu esteve doente.

Anos finais e morte

A partir de 1160, sempre por força de comandos divinos que lhe impunham doenças até que ela anuísse ao chamado, o que fazia nem sempre de boa vontade ou imediatamente, por temor da rejeição das pessoas, empreendeu diversas viagens pela Alemanha e França a fim de pregar, um privilégio nunca outorgado a mulheres, indo primeiro a Mainz, Würzburg, Ebrach e Bamberg.

Depois viajou para a Lorena, passando por Trier e Metz. No ano seguinte visitou Colônia e outras cidades, indo até o Ruhr.

Em 1163 terminou o Liber vitae e imediatamente iniciou sua obra teológica mais notável, o Liber divinorum operum (Livro das obras divinas), um comentário sobre o prólogo do Evangelho de São João e sobre o livro do Gênesis, aprofundando os temas já tratados no Scivias.
A escrita dessa obra sofreu várias interrupções, e só foi terminada em 1174, pouco antes de sua morte.

Em 1165 suas tarefas duplicaram com a fundação de um novo mosteiro em Eibingen, para acomodar o crescente número de monjas sob seus cuidados. Visitava-o duas vezes por semana, e nesse período seus biógrafos dizem que fez suas primeiras curas milagoras e exorcismos.

Em torno de 1170, já idosa, uma visão ordenou que ela fizesse uma última viagem, agora para Maulbronn, Hirsau, Zwiefalten e outras cidades. De início relutou, como costumava fazer, mas então foi atacada por uma hoste de espíritos malignos que se compraziam em humilhá-la e infligir-lhe intensas dores físicas.

Quando finalmente aceitou a incumbência, foi recompensada com a visão de um homem de aparência extraordinariamente formosa e de bondade amantíssima:


"Ao vê-lo senti todo meu ser infuso de um perfume balsâmico. Então exultei com alegria imensa, e desejei permanecer na sua contemplação para sempre. E ele ordenou que os que me afligiam partissem e me deixassem em paz, dizendo: 'Vão, não quero que a atormentem mais!', e eles, partindo, gritaram: 'Ah, sempre que viemos aqui saímos confundidos!' Imediatamente, às palavras do homem, a doença que me afligia, como água empurrada pelo vento, se foi, e eu recuperei as forças".


Suas pregações eram audaciosas e veementes, denunciando os vícios do clero e combatendo as heresias, em particular a dos cátaros, que naquela altura estavam penetrando rapidamente na Germânia, fazendo muitos seguidores.

Esses périplos exigiam muito de sua saúde, e seus anos finais foram perturbados por uma série de moléstias. Algumas lhe causavam grandes sofrimentos, mas seus dotes intelectuais e espirituais pareciam crescer à medida que o corpo fraquejava.

Permaneceu sempre em atividade, escrevendo, debatendo com outros religiosos e atendendo à crescente multidão de pessoas que vinham em busca de seu conselho e dos remédios que preparava.

Nesse período escreveu as biografias de São Rupert e São Disibod, um comentário sobre a Regra Beneditina, e outras peças menores.

Além de seus problemas de saúde e os administrativos, perdeu em 1173 seu colaborador de longa data, o monge Volmar, e custou a encontrar um substituto. Teve de apelar para o papa Alexandre III, e após longas negociações foi-lhe enviado o monge Gottfried em fins de 1174 ou no início de 1175, que começou a servir de seu assistente e iniciou a compor uma biografia sobre Hildegarda, mas faleceu em 1176 sem terminá-la.

Foi então substituído pelo monge Guibert de Gembloux, que também se dedicou a escrever sobre sua vida, e igualmente não terminou o trabalho, abordando apenas seus anos iniciais, o que foi uma lástima dado o vulto do fragmento que sobreviveu.

No último ano de sua vida enfrentou uma outra crise, agora a do interdito que o clero de Mainz impôs sobre o seu mosteiro, impedindo a celebração da missa e a prática dos cânticos sacros.
O motivo foi o de ela ter permitido o enterro de um nobre alegadamente excomungado no cemitério de seu mosteiro, mas segundo ela este nobre havia sido absolvido "in extremis" e recebido a eucaristia.
A despeito de ter feito apelos às autoridades, explicando o ocorrido, o conflito só piorou e foi necessário o concurso do arcebispo de Mainz, que decidiu levantar o interdito em 1179.

Mas todo o caso a desgastou profundamente, e depois de conseguir uma solução favorável para si, perdeu as forças e desejou ser liberta do corpo para encontrar a Cristo.
Previu a iminência de sua morte e faleceu pacificamente em 17 de setembro do mesmo ano.

As fontes documentais primitivas

A principal fonte de informação sobre sua vida é a biografia que foi escrita por seu secretário, o monge Gottfried, Vita Sanctae Hildegardis, mas quando ele morreu, em 1176, deixou a obra inacabada.

Somente uma década mais tarde o monge Theoderic, de Echternach, retomou o trabalho, escrevendo mais dois volumes e provendo um prefácio.

Embora Gottfried tenha vivido em contato direto com Hildegarda e conhecido muito de sua vida, informações essenciais não foram incluídas no seu livro, nem mesmo o lugar e a data de nascimento foram indicados.
Além disso, seu relato é convencionalmente laudatório, mas por outro lado transcreveu boa parte da correspondência de Hildegarda.
A contribuição de Theoderic foi também importante porque ele usou longas passagens autobiográficas de material autógrafo que mais tarde foi perdido.

Mas como toda hagiografia daquela época, seus autores não se propuseram a oferecer uma narração "objetiva" de sua carreira - o propósito primário foi o de mostrá-la ao mundo como uma sábia, uma profetisa e uma santa, encontrando para todos os seus atos uma justificação sobrenatural e uma inspiração divina, e advogando claramente sua canonização oficial.

Outra fonte de suma importância é a sua própria correspondência, e os prefácios que escreveu para seus livros, onde muitas vezes deu detalhes de como, quando e onde foram escritos.

Uma outra biografia, também incompleta, foi deixada pelo monge Guibert de Gembloux, o último secretário de Hildegarda, e sobrevivem ainda alguns documentos eclesiásticos e algumas crônicas posteriores do próprio mosteiro, que acrescentam dados úteis, como a Acta Inquisitionis, elaborada pela Igreja quando as monjas de Rupertsberg pleitearam sua canonização.

Recentemente foi descoberta a biografia sobre Jutta, sua mestra, mas se dá um painel interessante sobre o contexto cultural da época e sobre os primeiros anos de Hildegarda, a cronologia que apresenta não concorda com a maioria das outras fontes conhecidas.

Embora com algumas perdas, o principal de sua produção foi preservado e chegou aos dias de hoje.
Sobrevivem dez manuscritos integrais do Scivias, cinco do Liber vitae meritorum, cinco do Liber divinorum operum, três do Physica, um do Causae et curae, e dezenove com um número variado de suas cartas, além de um grande número de trechos citados em obras alheias e fragmentos diversos,mas o mais importante é o Riesencodex, conservado na Biblioteca Estatal de Hesse, na Alemanha, com sua obra quase completa, excluindo o tratado sobre ciência natural.
Foi considerado em sua época como a versão definitiva de seus escritos. Não deve ter sido concluído no período de sua vida, mas com toda probabilidade foi uma edição iniciada por ela mesma, e executada por um grupo de assistentes anônimos de Rupertsberg.

Foi escrito como volumes separados, que entre os séculos XV e XVI foram reunidos em um só códice com 481 fólios, pesando 15 kg.


Gemma Galgani (12 de março de 1878 - 11 de abril de 1903) é uma santa da igreja católica, tendo sido beatificada no dia 14 de maio de 1933.

Grande mística e uma das maiores e mais populares santas modernas da Igreja Católica. Festejada no dia 11 de abril.

Nasceu a 12 de março de 1878 em Camigliano, um vilarejo situado perto de Lucca, na Itália.

Gemma em italiano significa jóia. Seu pai era um próspero químico e descendente do Beato Giovanni Leonardi. A mãe de Gemma era também de origem nobre. Os Galgani eram uma família católica tradicional que foi abençoada com oito filhos.

Gemma, a quinta a nascer e a primeira menina da família, desenvolveu uma atração irresistível pela oração desde muito pequena. Esse carinho pela oração lhe veio de sua piedosa mãe, que lhe ensinou as verdades da Fé da Igreja Católica. Foi a sua mãe que infundiu em sua preciosa alma o amor pelo Cristo Crucificado.

Sua mãe morreu de tuberculose quando ela estava com sete anos e desde então passou a ter muito trabalho doméstico e muitos problemas pessoais e espirituais. Mas ela os suportou com paz e extraordinária paciência.

Desde muito cedo foi sujeita a fenômenos sobrenaturais como visões, êxtases, revelações, manifestações sobrenaturais miraculosas e estigmas periódicos.

Quando tinha 18 anos seu pai morreu e ela entrou para a casa de Mateo Giannini como serviçal doméstica. Ela desejava entrar para o convento das Passionatas em Lucca na qual o seu conselheiro espiritual era o diretor, mas foi rejeitada devido sua fragilidade física, saúde precária, que incluía uma meningite espinhal, e por ter visões místicas.

Mais tarde, Gemma curou-se graças a intercessão de São Gabriel da Virgem Dolorosa. Entre 1899 e 1901 Gemma sofreu por 18 meses os estigmas da Crucificação de Cristo (stigmata) e a marcas dos espinhos e dos açoites de Jesus.

Experimentou visões de Cristo e da Virgem Maria e do seu Anjo da Guarda.
Quando em êxtase, fenômenos sobrenaturais (supranormais) manifestavam-se nela, entre os quais a mudança do som de sua voz e o falar em linguagem usada na época de Cristo (aramaico), da qual não poderia ter conhecimento, visto que apenas poucos luminares em Roma foram capazes de decifrar suas visões e revelações. Gemma faleceu em 11 de abril de 1903 um Sábado Santo, e pouco depois sua devoção se difundiu.

Sua popularidade aumentou em 1943 quando suas cartas para o Pe. Germano (seu diretor espiritual) foram publicadas. Foi beatificada em 1933 e canonizada pelo Papa Pio XII em 1940.

Santa Gemma Galgani é a Santa padroeira dos farmacêuticos e alquimistas.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gemma_Galgani

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(Mãe da virgem maria)
(~ 70 - 16 a. C)

Mulher nazarena que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo.

De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas.

Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João Batista.

Casou-se com são Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril, só dando a luz a Maria em avançada.

Teria morrido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de idade.

Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a veneração expandiu-se também pela Europa.

Em uma bula (1584) o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado mês de sant'Ana.

Venerada como padroeira das mulheres casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e bem-sucedidos, é também protetora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

FONTE: www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1556.html



Santa Ana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Santa Ana ou Sant'Ana (do latim Anna, por sua vez do hebraico transliterado Hannah, "Graça") foi mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo.

Histórico

Os dados biográficos que sabemos sobre os pais de Maria foram legados pelo Proto-Evangelho de Tiago, obra citada em diversos estudos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Nissa.

Sant'Ana, cujo nome em hebraico significa graça, pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim, pertencia à família real de Davi. Seu marido, São Joaquim, homem pio fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Mas Sant’Ana já era idosa e estéril.

Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida.

A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus. Eram residentes em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana; e aí, num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa "Senhora da Luz", passado para o latim como Maria.

Maria foi oferecida ao Templo de Jerusalém aos três anos, tendo lá permanecido até os doze anos.

A devoção aos pais de Maria é muito antiga no Oriente, onde foram cultuados desde os primeiros séculos de nossa era, atingindo sua plenitude no século VI. Já no ocidente, o culto de Santana remonta ao século VIII, quando, no ano de 710, suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, donde foram distribuídas para muitas igrejas do ocidente, estando a maior delas na igreja de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha.

Seu culto foi tornando-se muito popular na Idade Média, especialmente na Alemanha. Em 1378, o Papa Urbano IV oficializou seu culto . Em 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de Julho, e o Papa Leão XIII a estendeu para toda a Igreja, em 1879.

Em França, o culto da Mãe de Maria teve um impulso extraordinário depois das aparições da santa em Auray, em 1623.

Tendo sido São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Ana

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Quem era a mãe de Maria?

Ontem foi celebrada a festa de Santa Ana na cidade onde ela viveu parte de sua vida, Séforis, situada na Galiléia.
Peregrinos da região se dirigiram para a antiga Igreja Medieval para em uma missa agradecer a Deus pela santificação dos pais da Virgem Maria.

Qual a importância desse local, o que o testemunho desses santos nos ensina?


Séforis, no tempo de Jesus era uma grande capital, dotada de muita importância, seja no aspecto econômico, quanto ao militar e religioso. Foi sede do Sinédrio; ao seu centro Herodes Antipas construiu vários palácios públicos, constituindo-a também como a primeira capital de seu reinado.

Qual sua importância para a fé cristã?


Maria passou sua infância em Jerusalém, após a morte de seu pai Joaquim, foi juntamente com sua mãe Ana para Séforis. Ali elas viveram com seus parentes (avós, tios, tias e primos) antes de partirem para Nazaré. No período em que os Cruzados ali estiveram construíram uma grande Igreja, confirmando a longa devoção mantida ali pela mãe de Maria.

Em 1263 foi destruída juntamente com Nazaré pelo sultão mameluco Bibars.

Entre as ruínas de Séforis e a Igreja, está a casa das “Filhas de Santa Ana”, uma Congregação nascida na Itália, a qual possui como patrona a mãe da Virgem Maria.

Todos os anos renovam, em ocasião de sua Festa, sua consagração a Deus. Nesta Congregação, todas recebem o nome de Ana, como sinal de devoção.

Irmã Ana Adelaide é italiana e vive em Nazaré, ela fala a respeito da espiritualidade de Santa Ana:


Como a Congregação assimilou a forma de vida de Santa Ana?
É a espiritualidade dos anawins, ou seja dos pobres do Senhor. Lemos na Bíblia sobre o pequeno resto de Israel. A exemplo deles procuramos manter viva a esperança do povo, vivendo como pobres em uma doação materna.

O que é a espiritualidade dos anawins?
É a espiritualidade dos pobres, daqueles que esperam tudo do Senhor. Depois da destruição de Israel, se dispersou a maior parte da população; ficou em Israel um pequeno resto que rezava, que esperava, que continuou mantendo viva a fé. Portanto, era o fermento que permaneceu vivo.

O belo ambiente, situado no alto de uma montanha, era o local onde uma multidão de pessoas simples, trabalhava para se sustentar. Entre essas pessoas estavam também a viúva Ana e a pequena Maria.

Neste chão escolhido para ser escola daquela que seria a mãe do Salvador, formou-se também Santa Ana, testemunha viva da santidade do dia-a-dia.
Leandro César
Canção Nova - Terra Santa



Data de nascimento: 30 de abril de 1896(1896-04-30)
Naturalidade: Kheora, Brahmanbaria, Bangladesh
Nascimento: Nirmala Sundari
Data de morte: 27 de agosto de 1982 (86 anos)
Local da morte: Kishanpur, Dehradun, Os ritos da Índia, foram realizados no passado Kankhal, Haridwar, India
Citação: "Quem é que ama e quem que sofre? Só Ele encena uma peça com ele próprio; que existe salvá-lo? O indivíduo sofre porque ele percebe a dualidade. É a dualidade que faz com que toda a tristeza e sofrimento. Encontre o em toda parte e em tudo e haverá um fim à dor e ao sofrimento."
FONTE: http://en.wikipedia.org/wiki/Sri_Anandamayi_Ma


A Mãe Impregnada de Alegria

Nirmala Sundari (em sânscrito,"Beleza Imaculada", um nome adequado para uma mulher cuja beleza, tanto física quanto espiritual, era de tirar o fôlego) nasceu em 1896, em Kheora, Leste de Bengala,(hoje Bangladesh).

Na época de sua morte, em 1982, essa camponesa virtualmente iletrada seria reverenciada em todo o mundo como Anadamayi Ma, a Mãe Impregnada de Alegria.

Nirmala era lembrada por vizinhos e parentes como uma criança excepcionalmente alegre e luminosa - mas não especialmente inteligente. A sua tendência de parar abruptamente todas as atividades e fixar os olhos abstratamente no espaço por longos períodos deixava os seus pais apreensivos. A preocupação deles tinha começado no momento exato do seu nascimento, quando a criança recém-nascida não chorou.

Anos mais tarde, quando a sua mãe lembrou esse acontecimento alarmante, Nirmala reagiu:

- Por que deveria eu ter chorado? Eu estava olhando as árvores através das ripas da janela. (.....)

Os seus pais contrataram o seu casamento com Bholanath; cinco anos depois, ela foi morar com ele. Quando viu sua estonteante noiva, Bholanath deve ter se considerado o homem mais sortudo da terra. De fato, ele tinha sido abençoado, mas não da maneira que esperava: a sua esposa recusava-se categoricamente a fazer sexo com ele.

A sua consternação transformou-se em horror quando ele acordou no meio da noite e encontrou Nirmala contorcendo o seu corpo no chão e emitindo sons estranhos e obscuros. Ficou convencido de que ela estava possuída e consultou um exorcista.

Nem Bholanath nem Nirmala tinham treinamento religioso formal, e assim, na época, nenhum dos dois reconheceu que Nirmala estava assumindo espontaneamente posturas da Hatha yoga ou que as suas estranhas vocalizações eram, na verdade, mantras sagrados.

De 1918 a 1924, Nirmala desinteressadamente se observou passar pelos vários estágios da "sadhana", a prática espiritual.

Desde o momento do seu nascimento plenamente consciente, quando ficou olhando as árvores, Nirmala aparentemente permaneceu no estado de "sakshin", como é chamado o estado de testemunho lúcido na yoga.

- O que eu sou, sempre fui desde a minha infância - afirmou ela posteriormente. - Contudo, diferentes estágios da "sadhana" se manifestaram através deste corpo. A sabedoria foi revelada pouco a pouco; o conhecimento integral foi dividido em partes.

Nirmala - que nasceu vivenciando a unidade de toda a criação - achava surpreendente vivenciar o mundo aos pouquinhos e em partes, como faz o resto de nós.

O comportamento não-ortodoxo de Nirmala chocou a sua família muitas vezes durante a sua vida. Uma de tais ocasiões ocorreu quando ela se recusou a se curvar diante dos seus antepassados, um requinte social considerado imprescindível em Bengala. Porém, Nirmala tinha ouvido uma voz lhe dizendo: "Voce não deve se curvar diante de ninguém. A quem voce quer homenagear? Voce é tudo."

- Imediatamente - afirmou Nirmala -, compreendi que todo o universo era a minha própria manifestação. O conhecimento parcial deu lugar ao universal, e eu me descobri face a face com a Unidade que aparenta ser muitas coisas.

Isto - o auge de todo o esforço místico - realmente seria uma façanha para qualquer pessoa, ainda mais para uma jovem que nunca tinha tido um guru.

Não era que o assunto de um guru ou guia espiritual não tivesse surgido. Os amigos que conheciam as inclinações espirituais de Nirmala, encorajaram-na com veemência a buscar um mestre que a iniciasse formalmente na vida espiritual. Ela foi até os pandits locais, mas nenhum estava interessado em ensinar uma camponesa pobre e iletrada. Em 3 de agosto de 1922, numa ruptura total com toda a história da tradição religiosa hindu, Nirmala Sundari Chakaravarti se sentou e iniciou a si mesma.

A yoga ensina que o guru, o mantra que ele confere durante a iniciação e o discípulo são, na realidade, uma única coisa. Já estabelecida naquela realidade indivisível, Ananda Mayi Ma dramatizou esta unidade quando interpretou os papéis de mestre e de discípulo simultaneamente, com seu Eu superior conferindo o mantra ao seu eu inferior. Assim, ela recebeu o mantra diretamente da divindade interior e tornou-se uma das poucas sábias do hinduísmo que alcançaram a plena iluminação sem a ajuda de um guru.

Em 1922, Bholanath, o aturdido marido de Nirmala, tinha visto o bastante para concluir que sua esposa estava possuída por Deus. Tornou-se o seu primeiro discípulo.

Em 1924, ele e Nirmala se mudaram para uma casa de campo no estado de Shahbag e, enquanto Bholanath cultivava os jardins, Nirmala cultivava um número crescente de devotos. Uns foram atraídos pelos rumores de curas milagrosas, outros pela músicas. A voz de Nirmala quando cantava as glórias de Deus, era sublime. A população logo começou a chama-la de Mãe do Mundo.

As palavras dessa mulher radiante surpreendiam os seus visitantes. Ela falava com autoridade sobre estados além do tempo e do espaço, como se os conhecesse intimamente.

"O tempo devora incessantemente. Tão logo a infância acaba, a juventude assume o seu lugar - uma engolindo a outra. Mas, na realidade, o surgimento, a continuidade e o desaparecimento ocorrem simultaneamente em um só lugar. Tudo é infinito; infinito e finito são, de fato, a mesma coisa. Em uma grinalda, há um único fio, embora haja lacunas entre as flores. São as lacunas que causam a carência e o sofrimento. Preenche-las é se libertar."

Nirmala ensinava os seus extasiados discípulos a preencherem as lacunas com o amor a Deus e submissão à Sua vontade. Ela insistia em que Deus não era somente o criador do universo, mas também a essência do próprio ser da pessoa. "A verdadeira natureza do homem - dê a isto o nome que voce quiser - é o Eu supremo de tudo."

Em 1924, Nirmala parou de se alimentar. Ela observou com desinteresse característico, que as suas mãos simplesmente não conseguiam levar o alimento à sua boca. Pelo resto de sua vida, os devotos precisaram alimentá-la como a um bebê.

Em 2 de junho de 1932, à meia noite, Nirmala convocou um punhado de discípulos íntimos e fez uma surpreendente participação. Estava partindo. Por que? suplicaram seus devotos. Para onde ela iria?

Ela explicou que não sabia e partiu imediatamente. Durante um ano, ela se estabeleceu em um templo abandonado de Shiva, perto de Dehradun, aparentemente se submetendo a severa penitência, mas, de fato, como ela mesma admitiu, permanecendo em uma inexprimível alegria. De qualquer maneira, esse foi o último local no qual pode-se dizer que Anandamay-Ma morou. Depois disso, ela se mudou constantemente. Em cada lugar em que parou, surgiram "ashrams" e instituições de caridade.

Algumas histórias

Apesar da ausência de um guru externo, Nirmala não estava, de maneira alguma, sem orientação espiritual. O seu Kheyal, ou Guia Interior, direcionava o curso da sua vida.(...) As centenas de histórias sobre o Kheyal de Anandamayi Ma são lendárias.

Por exemplo, uma noite, no meio de um kirtan (cântico religioso), Nirmala se levantou e saiu andando rapidamente para fora da casa. Dois devotos correram atrás dela, perguntando para onde estava se dirigindo.

Sarnath - respondeu ela.

Sarnath ficava a muitas milhas de distância.

- Por que voce está indo esta noite? quiseram saber os devotos. - Não há nenhum trem para Sarnath a esta hora!

Nirmala continuou em ritmo apressado até a estação ferroviária. A seu pedido, um devoto comprou um bilhete para o trem postal que passaria perto de Sarnath, mas que não estava programado para parar lá. Nos arredores de Sarnath, o trem parou inexplicavelmente. Nirmala e os seus dois entontecidos devotos saltaram.

- Qual o caminho para o Hotel Birla? - perguntou ela.

Eles não tinham a menor idéia. Ela continuou andando vigorosamente, com o seu minúsculo séquito correndo para acompanhar.

O hotel surgiu e os três entraram apressadamente. Nirmala ignorou o hoteleiro e se dirigiu diretamente para um quarto. Quando eles se aproximaram, os devotos escutaram uma mulher gemendo dentro do quarto. Nirmala bateu com força na porta dizendo:

- Está tudo bem! Estou aqui!

A porta se abriu e os devotos ficaram surpresos ao ver Maharattan, uma condicípula. Maharattan tinha chegado poucas horas antes em Sarnath. Estava desamparada e sem dinheiro, e, desde então, tinha estado chamando por Anandamyi Ma.

Nirmala passou o resto da noite caçoando de Maharattan.

Indubitavelmente, esta experiência curou a agradecida devota de qualquer ansiedade durante algum tempo! (....)

Em 1955, quando o juiz distrital de Vindhyachal soube que Anandamayi Ma estava visitando a sua área, correu para ter o seu darshan (a benção de ver um santo em pessoa).

Ma parecia estar esperando por ele, e levou-o para a varanda. Apontando para o jardim embaixo, ela instruiu:

- Deuses e deusas estão por aí, debaixo da terra. Eles me disseram que é muito cansativo ficar enterrado e que gostariam de ser retirados. Voce pode ajudá-los?

Imediatamente o juiz reuniu um grupo de trabalho e começaram a cavar. Penetrar na rocha sólida era um trabalho árduo.

No segundo dia, o grupo estava cheio de irritação, questionando se o juiz tinha perdido a razão. No terceiro dia, eles descobriram duzentas primorosas estátuas antigas enterradas na lama.

Anandamayi Ma era abraçada não apenas pelas pessoas simples, mas também pelos maiores intelectuais, santos e políticos da India, incluindo Mahatma Gandhi, que se encontrou com ela em 1942, e Indira Gandhi, que a admirava desde a infância.

Quando o maior intelectual da India, Gopinatha Kaviraj, visitou Ma, as respostas às suas questões filosóficas de difícil compreensão que esta mulher sem educação formal instantaneamente ofereceu, o surpreendeu tanto que ele se mudou para o ashram dela, onde passou o resto de sua vida.

A estima por Anadamayi Ma se refletia nos acontecimentos que cercavam as suas aparições nos Kumbha melas da India, feiras religiosas que atraíam milhões de peregrinos, incluindo os dirigentes de muitas das principais instituíções religiosas indianas. A rivalidade entre os vários líderes religiosos é famosa e, às vezes, infelizmente, tempera as melas com intolerância, ao invés de com o espírito de harmonia que as feiras pretendem promover.

Na última década da vida de Ma, parecia só haver uma única coisa com a qual os dignitários religiosos no kumbha mela concordavam: todos iam à barraca de Ma para se curvarem reverentemente diante da mulher idosa cuja santidade era tão plenamente evidente que até mesmo o mais rancoroso deixava o seu egotismo, junto com as suas sandálias, do lado de fora da porta. Brâmanes inimigos apareciam pedindo a Ma que arbitrasse as suas disputas; após alguns minutos em sua silenciosa e luminosa companhia, os argumentos enfraqueciam e eles podiam sair da barraca sorridentes e se abraçando.

Foi ali que Ma finalmente foi reconhecida como a Mãe Universal; a santa cuja compaixão não conhecia barreiras de casta, credo ou nacionalidade; a santa diante da qual todas as pessoas, independente da sua formação, reverenciavam a serenidade.

O encontro de Paramahansa Yogananda com Ma, como descrito no seu clássico Autobiografia de um Iogue, foi a primeira apresentação de Anandamayi Ma para muitos ocidentais.

Um verdadeiro exemplo de santidade

Anandamayi Ma não escrevia e nem dava conferências; simplesmente vivia na presença divina. Do seu ponto de vista, ela não servia às outras pessoas porque não as via como separadas de si mesma. Remover o sofrimento delas era simplesmente aliviar a si própria.

Embora os seu devotos a tivessem visto viajando por toda a India, ela nunca foi a lugar algum: "Para este corpo, a questão do ir e vir absolutamente não procede. Este corpo não vem nem vai a lugar algum. O universo como um todo é o lar deste corpo. Para onde este corpo pode ir? Em todos os lugares, só existe uma única consciência onipresente. Não há nenhum espaço para o corpo se mover ou até mesmo para se virar. Mesmo se for empurrado, ainda estará lá."

Afortunadamente para a posteridade, diversos seguidores de Anandamayi Ma anotaram as respostas dela às suas perguntas; esses diários constituem a parte principal de sua mensagem para a humanidade.

Sobre os desejos mundanos ela dizia: "se voce deseja fama ou riqueza, Deus irá dá-la a voce, mas voce não se sentirá satisfeito. O reino da consciência é uma unidade, e, até que vivencie isto em sua totalidade, voce nunca ficará contente. Ao mesmo tempo, Deus lhe concede um pouquinho da sua alegria para manter vivo o seu descontentamento, porque, sem esta insatisfação, voce não irá progredir. Voce, um filho da imortalidade, nunca pode se sentir à vontade no reino da morte e nem Deus irá permitir que voce permaneça ali. Lembre-se que o sofrimento que voce experimenta é o início de um despertar da consciência."

O que é um guru? "Todo mundo é um guru. Cada pessoa através da qual alguém aprendeu algo, não importa o quão insignificante seja. Porém, o verdadeiro guru é aquele cujos ensinamentos guiam voce em direção a compreensão do Eu. Implore continuamente a Deus para que ele possa Se revelar a voce como o seu Mestre Espiritual e a menos que voce descubra o guru interior, nada pode ser alcançado. (..........)

Ananadamayi Ma ensinava que a única realidade é a realidade divina; que a nossa percepção de nós mesmos como separados de Deus é apenas um sonho, uma imposição da ignorância, e que as pessoas que se libertam dos seus apegos a desejos mesquinhos e motivações egoístas, voltando-se sinceramente para o divino, não no céu mas em si mesmas, podem viver cada momento em perfeita alegria. Disto, ela mesma era um exemplo vivo.

A maior contribuíção de Anandamayi Ma não foi tanto o que ela fez ou o que disse; é o que ela foi. Ela surpreendeu e inspirou a milhões de pessoas - primeiro na India, depois por todos os lugares do mundo - pelo seu verdadeiro ser: incessantemente radiante, totalmente unido ao divino e, no entanto, constantemente sensível às necessidades de todos os que chegavam até ela.

A resposta enigmática de Ma à pergunta frequentemente verbalizada por seus devotos, "Quem é Voce?", era: "Eu sou tudo aquilo que voce achar que sou". Talvez isso fosse um indício de que Anandamayi Ma era simplesmente um espelho daquilo que há de mais puro e mais maravilhoso dentro de nós mesmos e de que o propósito da sua existência era somente o de nos mostrar o que todos nós podemos ser.

Para nós, hoje, a quase iletrada camponesa de Bengala oferece um exemplo radical de uma mulher realmente liberada; um ser humano que amou todas as pessoas que chegaram até ela como se fossem seus próprios filhos e, no entanto, permaneceu independente de todos; que serviu constantemente as outras pessoas sem se preocupar se elas eram suficientemente agradecidas.

Relatos de discípulas americanas:

Carol Devi

- Ela tinha uma presença e uma existência surpreendentes. O poder da sua presença se irradiava por uma enorme circunferência. Muitas vezes, voce não conseguia ficar tranquilo porque havia pessoas demais ao redor dela, mas voce também não precisava tentar meditar. As vibrações de Ma eram tão fortes que empurravam voce para a meditação.

Não importava de que religião voce era. Não havia a sensação de que uma religião era melhor do que outra. Todas as crenças e dogmas se tornavam uma só coisa para Ma.

- Eu podia ir a qualquer grupo que desejasse - diz Carol - mas nunca houve qualquer dúvida em minha mente sobre quem era o meu guru. Eu tinha uma relação de total intimidade com Ma, mas todas as pessoas na mesma sala tinham a mesma experiência. Era como Krishna com as "gopis".

Enquanto o avatar Krishna vivia na aldeia rural de Vrindavan, todas as "gopis", as camponesas que cuidavam das vacas, eram apaixonadas por ele. Uma noite, para satisfazer os desejos delas, ele as convidou para dentro da floresta. Então, ele emanou de si mesmo dezenas de Krishnas idêntidos, e cada um deles dançou durante a noite mística com uma "gopi" diferente. Cada moça acreditou que estava sozinha com o Senhor, que ele pertencia apenas a ela.

Do mesmo modo, Carol Devi era a pessoa mais especial do mundo para Ma, assim como o eram todas as outras almas admitidas na presença da santa.

Embora Anandamayi Ma já fosse idosa quando Carol a conheceu, acompanha-la era estafante.

- Contudo, foi espiritualmente estimulante. Era como andar com Jesus.
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Hari Priya

A americana Hari Priya escreveu para Ma perguntando se teria permissão de ve-la. Ma respondeu: " Voce será sempre bem vinda. Se for a hora de voce vir, Deus tomará as providências."

O dinheiro para a viagem materializou do éter e, duas semanas mais tarde Hari Priya estava em Dehra Dun.

- Se Cristo ou qualquer outra pessoa santa estivesse na terra, eu iria ve-las. Portanto, evidentemente, fui ver Ma.

Hari Priya dificilmente consegue conter as lágrimas quando se lembra da sua primeira visão diante de Ma. Ma entrou no quarto trazendo uma flor. (.....)

Providências foram tomadas, de modo que Hari Priya pudesse morar na vizinhança.

- Aquela primeira viagem foi a nossa lua-de-mel. Durante as suas "darshans," eu me sentava a trinta centímetros de distância dela. As viagens subsequentes nem sempre foram tão tranquilas.

- Muitas vezes, ela me ignorou. Era para anular o meu ego. Eu tinha um sutil orgulho espiritual. Ma o estava cortando pela raiz. Depois, fazendo algo especial, ela me preencheria novamente com a sua alegria.

Hari Priya recorda com particular ternura a vez em que a Mãe se sentou segurando as suas mãos e lhe disse:

- Voce percorreu todo esse caminho por amor a mim. Voce sofreu demais por este corpo. Esta é a sua grandeza.

Ela transformava todas as situações em uma usina espiritual, um céu. Na maioria das vezes Ma ficava sentada em silêncio, mas também podia estar espirituosa e contar histórias maravilhosas. O seu fascínio era envolvente. Vibrava com o poder espiritual. A sua risada era transcendental...podia penetrar em nosso coração.

Hari Priya se lembra da vez em que um devoto mencionou a um outro que Ma raramente tomava banho.

- Ela não precisava, o seu corpo era tão puro! Tinha uma fragrância única, como o lótus, a banana e o sândalo.

No dia seguinte em que o discípulo fez este comentário, Ma tomou trinta banhos. O devoto se absteria de fazer comentários semelhantes no futuro.

Hari Priya recorda o terrível dia em 1982, apenas nove dias antes dela partir em sua décima viagem à India, no qual uma condiscípula telefonou.

- Ela não precisou me contar. Eu o soube pelo tom da sua voz. (......)

Voltou à India e visitou os asrahms em Pune, Hardwar e Dehra Dun. (.....)

- Não há um dia que passe sem que eu me lembre dela. Pergunte a qualquer um dos devotos de Ma e ele lhe dirá a mesma coisa. O tigre o mantém no seu abraço!


Olho fixamente para a mansão branca, visível do nosso barco no Ganges. Grandes letras hindus proclamam que este é o "ashram" de Anandamayi Ma em Benares. Para o meu imenso pesar, cheguei tarde mais para encontrar uma das maiores santas de todos os tempos.

Já faz mais de uma década desde que o corpo físico de Anandamayi Ma partiu desse mundo. (Evidentemente, a própria Ma insistiria em que não foi para lugar algum - que permanece, como sempre, a mesma.)

Mas o seu legado de amor e sabedoria permanecerá enquanto a humanidade tratar com carinho este número reduzido de seres extraordinários que chamamos de santos, aqueles que enunciam um estado do ser tão abrangente e bem-aventurado quanto o próprio universo, além das limitações da nossa consciência comum.

Alguns ensinamentos de Anandamayi Ma

"Assim como na vida cotidiana, no campo espiritual o que conta mais é a paciência."

" Permaneça sempre calmo e não se esqueça de que tudo o que Deus faz a qualquer tempo é benéfico. Porque se inquietar, se no curso dos eventos, as circunstâncias se modificam? Tudo o que acontece a todo instante ocorre de acordo com a Sua vontade."

"Seja qual for a situação em que Deus o colocar a qualquer instante, lembre-se de que é o que há de melhor. Procure atravessar a vida entregando de volta o seu fardo em Suas mãos; Ele é o Protetor, o Guia; Ele é tudo em tudo".

Pergunta: "Durante a meditação e a prece, como liberar nosso espírito das preocupações com o trabalho, as responsabilidades familiares: marido, filhos, etc? O que fazer?

Ma: Deixe o trabalho se realizar por si só sem se preocupar. Trabalhe sem ter a impressão de que é você que trabalha. Considere que é o trabalho de Deus, feito através de sua intermediação, e que você é Seu instrumento. Assim seu espírito estará calmo e pacífico. É isso a prece e a meditação."

"O homem nasce a fim de esgotar seu karma e escapar do ciclo de nascimentos e renascimentos. Mas o homem que possui um poder supranormal, quer dizer aquele no qual despertou o poder divino, pode modificar seu karma. O guru se manifesta a partir do interior. Quando surge uma busca verdadeira, autêntica, a iluminação se produz forçosamente. Não pode ser de outra forma. Aquele que surge sob os traços do guru é revelado ou então Se revela Ele-mesmo."

"Você já fez tanto no mundo da ação! Agora esforçe-se para consagrar inteiramente seu espírito ao Eterno. Não perca um tempo precioso. Os que não praticam a contemplação de Deus - ou em outros termos, não avançam em direção à realização do Ser - se destróem eles mesmos. Apegue-se ao Bem, renuncie ao que não é senão prazer."

"Sorria o mais que puder. Fazendo isto, todos os nós rígidos no seu corpo serão afrouxados. Tornando seus os interesses das outras pessoas, busque refúgio a seus pés com total entrega. Então voce verá o quanto o riso que flui do seu coração irá iluminar o mundo."

Por que existem religiões diferentes e tanto conflito entre elas? "A controvérsia faz parte da trajetória, mas, na verdade, todos estão em sua própria casa. O mesmo caminho não é para todo mundo. Mesmo dentro de uma família, cada filho tem inclinações diferentes. Cada pessoa em busca espiritual é moldada em um caminho único, mas todas precisarão passar pelo portão da verdade".

fonte: http://www.almasdivinas.com.br/filhas_deusa/sob_a_perspectiva_da_de..


http://seresdeluzemharmoniacomanatueza.ning.com/group/nossamemariaeseusfilhos/forum/topic/show?id=3661151:Topic:41437&xgs=1&xg_source=msg_share_topic

Um comentário:

Anônimo disse...

PEÇO SAUDE E PROTEÇÃO PRA MIM E MINHA FILHA DRIELLE MORAES,PEÇO PELOS NOSSOS DESEJOS E SONHOS,PEÇO PELAS NOSSAS VIDAS MATERIAL,FISICA,ESPIRITUAL E SENTIMENTAL ,AGRADEÇO PELAS GRAÇAS JA ALCANÇADAS,AMÉM ,LUCIENE MORAES.